14 agosto 2007

Última hora #6 Revolta na manif


Terminou de forma insólita a manifestação de ontem à tarde, que assinalava os 118 anos do Dia da Reconciliação Nacional e que juntou, na Avenida Principal da capital, entre 20.000 (números da polícia) e 450.000 (números dos sindicatos) trabalhadores. Pouco antes do início dos discursos de encerramento, um pequeno grupo de manifestantes, aparentemente organizado, furando a segurança, invadiu o palanque e, tomando os microfones, começou a gritar palavras de ordem como: «Vida sim, trabalho não», «Acabou o engano, férias todo o ano», «As fronteiras da nação só interessam à repressão» ou «A burocracia sindical está feita com o capital». O espanto da assistência e dos dirigentes sindicais que enquadravam o desfile foi tanto maior, quanto a manifestação se realizava sob o signo: «Mais e melhor emprego, em nome do interesse nacional». Após os primeiros instantes de surpresa, as forças da ordem foram rapidamente chamadas a intervir e detiveram, não sem resistência, os revoltosos. Os discursos previstos foram, no entanto, cancelados devido, nas palavras de um dirigente sindical, «à deterioração dos microfones e do sistema sonoro, provocada pela resistência oferecida pelos provocadores, o que levou a polícia a ter que intervir com maior vigor». De acordo com o mesmo dirigente, «esta acção provocatória envergonha o nosso povo, que é determinado e lutador, mas ordeiro. Pela nossa parte, daremos toda a colaboração às autoridades para identificar todos os provocadores e trataremos, de imediato, do seu afastamento do movimento sindical democrático».

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